Reset - Lá e de volta outra vez
- Julliana Medeiros
- 30 de mai.
- 2 min de leitura
Hoje senti falta daqui.
Ver que o primeiro post foi em julho de 2020 é uma viagem no tempo. Foram tantas mudanças: físicas, emocionais, de residência, trabalho, entre outros que olho para as postagens antigas e a vontade que sinto é de voltar no tempo e proteger o meu antigo eu.
Mas sem as lições, duríssimas e quase mortais, não conseguiria chegar nessa ilha que estou hoje após atravessar muitas tempestades. Não digo que me orgulho de todas as cicatrizes, porque algumas são coisas inimagináveis para o meu eu do passado, outras são feridas que ainda sangram e algumas em recuperação.
Todavia o que é o ser humano se não uma eterna obra em andamento?
As vezes ao olhar pro passado, sinto que já vivi tantas vidas, que fui tantas eus e me pego refletindo: será que eu gosto do meu eu de agora? Sinto que já tive esse dejavú: não gostar do meu eu de hoje para no futuro reacessar minhas memórias e pensar: poxa, ela só queria um colo e um lugar pra descansar a cabeça. Quantas transformações profundas não passamos durante a vida? eu olho pro site e vejo cada cor que escolhi, cada imagem e texto e é tudo tão lindo, tão fofo, tão leve...
Leveza essa que não paira sobre meu corpo mais. Sinto o peso de uma camisa de chumbo sobre meus ombros como se o ar fosse rarefeito e cada passo um último suspiro.
Descobri novas coisas que gosto (além das antigas que permanecem): músicas novas, livros, séries... Até gosto de jogar (o que faço quase todo dia). Algo que sempre converso é sobre não ter constancia de nada. Mas isso aqui é algo que eu quero voltar a fazer.
Sei que hoje quase ninguem lê blog e só vão encontrar se houver a curiosidade de acessar o site...que hoje não se encontra nem mais na bio do instagram da página.... mas eu desejo voltar a falar sobre as coisas que eu gosto. Nem que seja uma frase, uma foto, por menor que seja.
Registrar nossas lembranças é um bote salva vidas que posso fazer para que minha mente tão trapaceira não me engane e só traga memórias ruins. É um museu em vida de momentos também bons que vivi e assim fica mais fácil de reacessar o que é caro ao coração.
Lá e de volta outra vez foi meu primeiro post e na época o que eu mais desejava era um lar. Um lugar onde eu pudesse repousar sem medo ou desgaste, que não acordaria com uma briga ou gritos do nada.
Hoje eu tenho esse lugar e ele é muito mais do que eu poderia imaginas, o que me faz ser imensamente grata contudo a jornada hoje é de volta para dentro de mim.
Uma casca que perdeu sua alma e uma alma que se apagou. Corpo e espírito precisam se reencontrar, ver o nascer do sol e sentir o vento no rosto com a mente vazia e o coração em paz.
É pra essa jornada que parto, para encontrar não a felicidade, pois essa não é plena mas o sentido da vida.

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